14 de agosto de 2010

jornada de estudos sobre romances gráficos


O termo graphic novel cunhado por Richard Kyle, em um manifesto de 1964, surgiu da insatisfação de alguns artistas com as limitações que o termo comics impunha, já que este era associado com frequência a tiras de humor ou revistas para crianças, inviabilizando novos formatos e, principalmente, novos conteúdos.

Foi Will Eisner o pioneiro na utilização concreta do termo, impresso na capa de sua obra Um contrato com Deus, publicada em 1976. Iniciava-se assim, dentro de uma concepção de arte sequencial desenvolvida por Eisner, o romance gráfico, visto atualmente como um livro que conta uma história em imagens e textos e apresenta um enredo completo e temática adulta, recebendo tratamento gráfico de qualidade. Algo assim como uma obra ficcional de contornos de prosa em formato de quadrinhos.

Apesar dessa concepção de romance gráfico ter seus problemas e não ser totalmente aceita nem pelos artistas, nem pela crítica literária, ela revela o surgimento de uma nova forma de narrativa que tem se aperfeiçoado e, hoje, representa um mercado editorial de grandes proporções.

Dentro desse contexto, essa 1ª Jornada de Estudos sobre Romances Gráficos se propõe a se debruçar sobre algumas dessas obras de grande repercussão, utilizando-se de elementos da crítica literária contemporânea para analisá-las e promover um debate que permita uma melhor compreensão de seu alcance no campo literário.

programação
dia 2 de setembro de 2010
9h às 12h

O passado no futuro: opressão de gênero e resistência em Persépolis, de Marjani Satrapi e Aya de Yopoung, de Marguerite Abouet e Clément Oubrerie - Vania M. F. Vasconcelos

Para além do diagnóstico: traçados de subversão em Epiléptico, de David B. - Ludimila Moreira Menezes

O discurso autobiográfico nos romances gráficos Retalhos, de Craig Thompson, e Epiléptico, de David B. - Maria Clara Dunck Santos

A poética do detalhe: retratos da resistência em Maus e Persépolis - Larissa Silva Nascimento

Valsa com Bashir: experiência, memória e guerra - Pablo Gonçalo Pires de Campos Martins

14h às 15h45

O silêncio dos imigrantes: de Rawet a Shaun Tan - Gabriel Antunes

A construção de um país em Crônicas Birmanesas, de Guy Delisle - Humberto Brauler Rodrigues Pereira

Identidade e migração: uma leitura de O chinês americano, de Gene Yang - Stella Montalvão

16h às 18h

O que realmente importa? Memória e subjetivação da arte em Le combat ordinaire - Laeticia Jensen Eble

A identidade em quadrinhos: a construção de si em Persépolis, de Marjane Satrapi, e Fun Home, de Alison Bechdel - Ligia Diniz

Memórias fraturadas: passado, identidade e imaginação em Borges e Mutarelli - Pedro Galas Araújo

Serviço
Local: Auditório Agostinho da Silva – Departamento de Teoria Literária e Literaturas – Universidade de Brasília

Inscrições até 31/8/2010 pelo e-mail:
jornadaromancesgraficos@gmail.com
Vagas: 30

Coordenação:
Ludimila Moreira Menezes e Stella Montalvão.

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