12 de outubro de 2010

Chamada para artigos - Revista 38

CALL FOR PAPERS
Revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea
(dezembro de 2011)

Dossiê:
Literatura latino-americana contemporânea: os desafios do literário

A revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea está recebendo artigos e resenhas para a edição de dezembro de 2011. Publicada pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília, a revista tem o compromisso de fomentar o debate crítico sobre a literatura contemporânea produzida no Brasil, em suas diferentes manifestações, a partir dos mais diversos enfoques teóricos e metodológicos, com abertura para o diálogo com outras literaturas, em especial da América Latina.

O número 38 trará um dossiê sobre o tema “literatura latino-americana contemporânea: os desafios do literário”.

Serão avaliados tanto artigos que consistam em análises das relações entre a literatura latino-americana e as transformações do literário na contemporaneidade bem como de textos narrativos ou poéticos e discussões que reflitam sobre esse problema.

A revista conta também com uma seção de tema livre, onde são publicados artigos de diversas abordagens sobre a literatura brasileira contemporânea. Há ainda espaço para resenhas de obras de ficção, poesia, crítica literária e teoria literária publicadas nos últimos 24 meses.

O prazo final para o envio de artigos e resenhas é 10 de maio de 2011.

Normas para publicação:
Os artigos devem ser encaminhados em arquivo formato DOC ou RTF, em Times New Roman, fonte 12, espaço 1,5. As informações bibliográficas devem aparecer no sistema autor/data, entre parêntesis, em meio ao texto, como no modelo: (Bourdieu, 1998, p. 37). Demais informações devem vir em notas, reduzidas, de rodapé. A bibliografia completa deve constar no final do texto, seguindo a ordem: sobrenome do autor em caixa alta, prenome em caixa alta e baixa, ano de publicação entre parêntesis, título do livro, edição, cidade e editora. É necessário incluir um resumo, um abstract, três ou quatro palavras-chave e algumas linhas com os dados do autor, incluindo um e-mail que possa ser divulgado e o endereço postal para onde deverão ser encaminhados três exemplares da revista, caso o texto venha a ser publicado.

As resenhas, sobre literatura ou textos teóricos, não devem exceder cinco páginas. Não há número fixo de páginas para os artigos.

Os trabalhos não solicitados serão encaminhados a pareceristas, mantido o anonimato mútuo.

Os artigos e resenhas devem ser enviados para: estudos@unb.br

Diante da experiêcia dos outros

representações de grupos marginalizados na literatura brasileira contemporânea

Foto de Ed Viggiani, da exposição Meu olho esquerdo

Quintas-feiras - 14h às 17h
Local: EAPE, 907 Sul
Realização: Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, junto à Escola de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação da Secretaria de Educação do Distrito Federal
Apoio: FAP-DF – Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal

O curso pretende discutir tanto a presença, ou a ausência, de determinados grupos sociais como personagens de nossa literatura quanto as estratégias utilizadas por autores marginalizados (pobres, negros, moradores de regiões periféricas nas grandes cidades etc.) para validar suas representações no campo literário brasileiro. A partir de levantamentos preliminares já realizados pelos integrantes da equipe junto ao Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, da Universidade de Brasília, propõe-se a discussão da produção literária atual sob a perspectiva do que chamaremos de crise da representação, que se estabelece com a emergência de novos sujeitos do discurso: mulheres, índios, negros, homossexuais, velhos e crianças, loucos, trabalhadores etc.

CRONOGRAMA

Outubro
Dia 7 – Abertura do curso com a Profª. Drª. Regina Dalcastagnè (UnB)
Quando o objeto fala: crise na representação e novos sujeitos do discurso
Prof. Dr. Anderson Luís Nunes da Mata (Doutor em Literatura UnB / Prof. do IESB), Ms. Igor Ximenes Graciano
(Mestre em Literatura – UnB / Doutorando – UFF)

Dia 14 – Identidade, preconceito, estigma: o eu sob o olhar do outro
Profª. Ms. Stella Montalvão Ferraz (SEE-DF – Doutoranda em Literatura – UnB)

Dia 21 – Tão longe, tão perto: índios e negros no imaginário e na literatura contemporânea
Ms. Marina Farias Rebelo (Mestre em Literatura – UnB) e Profª. Solange Brasil de Souza (Especialista em Literatura – UnB/ Profª Rede Isaac Newton)

Dia 28 – Espiando pelas frestas: a literatura infanto-juvenil brasileira contemporânea
Profa. Ms. Leda Claudia da Silva Ferreira (Mestre em Literatura – UnB/Profª. Faculdade Projeção) e Profª. Ms. Ludmilla Oliveira dos Santos (Mestre em Literatura – UnB/ Profª. IESB)

Novembro
Dia 4 – O pobre no cinema brasileiro contemporâneo
Prof. Dr. Paulo Thomaz (UnB) e Ms. Paula Diniz Lins (Mestre em Literatura – UnB)

Dia 11 – Sobre loucas na narrativa literária e cinematográfica brasileira contemporânea
Profª. Drª. Gislene Maria Barral Lima Felipe da Silva (Eape/SEE-DF – UnB) e Profª. Ms. Mônica Horta Azeredo (SEE-DF / Doutoranda em Literatura – UnB/França)

Dia 18 – As duas pontas da vida: representação da infância e da velhice feminina na narrativa brasileira contemporânea
Profª. Drª. Susana Moreira de Lima Bigio (Eape / SEE-DF – UnB) e Prof. Dr. Anderson Luís Nunes da Mata (Doutor em Literatura UnB / Prof. do IESB)

Dia 25 – Vivendo em um corpo: gênero e sexualidades
Profª. Drª. Virgínia Maria Vasconcelos Leal (UnB) e MS. Mariana de Moura Coelho (Mestre em Literatura – UnB)

Dezembro
Dia 2 – Poéticas dissonantes: o cordel na sala de aula
Ms. Bruna Paiva de Lucena (Mestre em Literatura – UnB)

Dia 9 – Encerramento do curso. Encontro e debate com o Grupo.


16 de agosto de 2010

Seminários de pesquisa II: Literatura e outras linguagens

Paul Klee, Arches of the Bridge Break Ranks, 1937, Charcoal on cloth, mounted on paper


La diversidad de las artes no impide su unidad. Pero si la resalta.
Octavio Paz

O homo academicus, dizia Pierre Bourdieu, gosta do acabado: “como os pintores acadêmicos, ele faz desaparecer dos seus trabalhos os vestígios da pincelada, do toque e do retoque”. Com isso, perdemos o registro dos erros, das dificuldades e dos enfrentamentos do pesquisador no embate com seu objeto. Estes seminários – que reunirão pesquisadores de diferentes áreas, e com trabalhos em diferentes fases de elaboração – pretendem oferecer essa possibilidade: discutir o objeto em meio ao seu processo de construção.


Em sua nova edição, no segundo semestre de 2010, os Seminários de Pesquisa oferecem um diálogo entre a literatura e outras formas de expressão artística – artes plásticas, cinema, fotografia, música, teatro, narrativas orais – de modo a refletir sobre esses fazeres/saberes artísticos para entender melhor seu papel no mundo de hoje.

Serviço:
Período: de 5 de outubro a 7 de dezembro, quinzenalmente, sempre às terças-feiras
Horário: 19h às 21h
Local: Auditório Agostinho da Silva – Depto. de Teoria Literária e Literaturas
Inscrições: seminariosgelbc@gmail.com, entre 31/8 e 28/9
Vagas: 30
Coordenação: Edma Cristina de Góis e Laeticia Jensen Eble
Organização: Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea

Programação:

5/10 – A letra de música como narrativa literária
Prof. Clôdo Ferreira (COM/UnB)
Mediadora: Marina Farias Rebelo

19/10 – Literatura e cinema: encontros e ressonâncias
Profª Tania Montoro (COM/UnB)
Mediadora: Edma Cristina de Góis

9/11 – O sertão, New York e outras paragens em narrativas fotográficas
Profª Susana Dobal (COM/UnB)
Mediadora: Laeticia Jensen Eble

23/11 – História, teatro e performance
Prof. João Gabriel Lima Cruz Teixeira (SOL/UnB)
Mediador: Anderson Luís Nunes da Mata

30/11- Epistemologias de fronteiras: entre visualidades e outros discursos
Prof. Belidson Dias (VIS/UnB)
Mediadora: Virgínia Maria Vasconcelos Leal

7/12 – Oralidades: memórias em vestígios de experiências
Profª Nancy Alessio Magalhães (HIS/UnB)
Mediadora: Bruna Paiva de Lucena

14 de agosto de 2010

jornada de estudos sobre romances gráficos


O termo graphic novel cunhado por Richard Kyle, em um manifesto de 1964, surgiu da insatisfação de alguns artistas com as limitações que o termo comics impunha, já que este era associado com frequência a tiras de humor ou revistas para crianças, inviabilizando novos formatos e, principalmente, novos conteúdos.

Foi Will Eisner o pioneiro na utilização concreta do termo, impresso na capa de sua obra Um contrato com Deus, publicada em 1976. Iniciava-se assim, dentro de uma concepção de arte sequencial desenvolvida por Eisner, o romance gráfico, visto atualmente como um livro que conta uma história em imagens e textos e apresenta um enredo completo e temática adulta, recebendo tratamento gráfico de qualidade. Algo assim como uma obra ficcional de contornos de prosa em formato de quadrinhos.

Apesar dessa concepção de romance gráfico ter seus problemas e não ser totalmente aceita nem pelos artistas, nem pela crítica literária, ela revela o surgimento de uma nova forma de narrativa que tem se aperfeiçoado e, hoje, representa um mercado editorial de grandes proporções.

Dentro desse contexto, essa 1ª Jornada de Estudos sobre Romances Gráficos se propõe a se debruçar sobre algumas dessas obras de grande repercussão, utilizando-se de elementos da crítica literária contemporânea para analisá-las e promover um debate que permita uma melhor compreensão de seu alcance no campo literário.

programação
dia 2 de setembro de 2010
9h às 12h

O passado no futuro: opressão de gênero e resistência em Persépolis, de Marjani Satrapi e Aya de Yopoung, de Marguerite Abouet e Clément Oubrerie - Vania M. F. Vasconcelos

Para além do diagnóstico: traçados de subversão em Epiléptico, de David B. - Ludimila Moreira Menezes

O discurso autobiográfico nos romances gráficos Retalhos, de Craig Thompson, e Epiléptico, de David B. - Maria Clara Dunck Santos

A poética do detalhe: retratos da resistência em Maus e Persépolis - Larissa Silva Nascimento

Valsa com Bashir: experiência, memória e guerra - Pablo Gonçalo Pires de Campos Martins

14h às 15h45

O silêncio dos imigrantes: de Rawet a Shaun Tan - Gabriel Antunes

A construção de um país em Crônicas Birmanesas, de Guy Delisle - Humberto Brauler Rodrigues Pereira

Identidade e migração: uma leitura de O chinês americano, de Gene Yang - Stella Montalvão

16h às 18h

O que realmente importa? Memória e subjetivação da arte em Le combat ordinaire - Laeticia Jensen Eble

A identidade em quadrinhos: a construção de si em Persépolis, de Marjane Satrapi, e Fun Home, de Alison Bechdel - Ligia Diniz

Memórias fraturadas: passado, identidade e imaginação em Borges e Mutarelli - Pedro Galas Araújo

Serviço
Local: Auditório Agostinho da Silva – Departamento de Teoria Literária e Literaturas – Universidade de Brasília

Inscrições até 31/8/2010 pelo e-mail:
jornadaromancesgraficos@gmail.com
Vagas: 30

Coordenação:
Ludimila Moreira Menezes e Stella Montalvão.

11 de agosto de 2010

Grupo de leitura: narrativas brasileiras e hispanoamericanas recentes

Estão abertas as inscrições para a atividade de extensão Grupo de leitura: narrativas brasileiras e hispanoamericanas recentes, promovida pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (Gelbc). Os encontros acontecerão sempre às sextas-feiras, das 15h às 17h, de 3 de setembro a 3 de dezembro de 2010, no auditório Agostinho Silva, do Departamento de Teoria Literária e Literaturas, da Universidade de Brasília.

Serão oito encontros, onde se discutirá obras da literatura brasileira e hispanoamericanas recentes. Serão analisados os elementos constitutivos das obras e debatida a inserção dessas narrativas no contexto literário e crítico latinoamericano atual. Para isso, será feito um levantamento de aspectos relacionados à representação de sujeitos marginalizados da dinâmica social presente.

Para participar, os interessados devem entrar em contato com a coordenação do evento pelo e-mail grupodeleituraunb@gmail.com. O curso é gratuito e com direito a certificados para os 30 participantes inscritos.

Serviço:
Atividade de extensão (16h)
Grupo de leitura: narrativas brasileiras e hispanoamericanas recentes
Local: Auditório Agostinho Silva, do Departamento de Teoria Literária e Literaturas da UnB
Datas: de 3 de setembro a 3 de dezembro de 2010
Horário: das 15h às 17h, sempre às sextas-feiras
Inscrições: pelo e-mail grupodeleituraunb@gmail.com

Coordenação: Paulo César Thomaz e Susana Moreira de Lima
Organização: Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea

Programa:
3/9 - LEITE, Ivana Arruda. Alameda Santos. São Paulo: Iluminuras, 2010.
10/9 - AIRA, Cesar. Um acontecimento na vida do pintor viajante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.
24/9 - SAAVEDRA, Carola. Paisagem com dromedário. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
08/10 - FOGWILL, Rodolfo. Os Pichicegos. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007.
22/10 - LUNARDI, Adriana. Corpo estranho. Rocco, 2006.
05/11 - GARZA, Cristina Rivera. Ninguém me verá chorar. Brasília: Francis, 2005.
19/11 - RAMOS, Nuno. Ó. São Paulo: Iluminuras, 2008.
03/12 - PADILLA, Ignacio. Amphitryon. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

26 de julho de 2010

Premioso de palabras (como decía Juan Ramón)


Cuando Veyne refiere que Foucault cambiaba la temperatura del lugar donde se encontraba, está refiriéndose, no kantianamente, que Foucault lo calentaba, o espinosistamente, que era profundamente afectado por una suerte de pasión corporal que le subía a la cabeza. Bueno, el mundo es algo bastante físico y sabemos que los castrados y los anacoretas también le dan y no menos (están aquellos que componen versos en los sótanos, los que piensan dentro de aljibes, en los toneles, en las plazas, en fin, componer versos es casi tan viable como garchar, teniendo ganas, se puede hacer en cualquier lado). Se pueden componer versos, se puede garchar, se puede pensar, en la fila de la picana por ejemplo: capucha mediante, el cuerpo erizado ante el espectáculo de la pura sensación. También se puede garchar en el calabozo, interpares o solo con la voz que cruza por entre las rejas. Se puede pensar también con un dólar enrollado en la nariz (en fin, el pensamiento es como Júpiter, todo lo atraviesa). Hay pensamiento para púlpitos y otros que solo permiten la intimidad. El pensamiento rebota en las cabezas, en cualquier charco, como la luna en los ojos, es decir, el pensamiento se parece a eso que llamamos imagen (y ese movimiento que efectúa la imagen generalmente no lo llamamos de pensamiento – y es que la iconicidad…) que se parece también a lo que llamamos de vicios.

Sobre los vicios
Se sabe que los vicios llevan tiempo. Son como los temas en la academia. Una profesora me dijo que un profesor le había dicho que dominar un tema llevaba unos 10 años, con lo que no hay vida suficiente para muchos temas. Yo pensé, para todo hay atletas capaces de brutas y monumentales obras completas destinadas a hacer muro y luego ruina de la historia de las bibliotecas (que como ya sabemos, las buenas y las malas, polvo serán). Los vicios son finitos. Un vicio puede llegar a ocupar la figura de la totalidad? Sí, tal vez ahí radique la ilusión del vicio, la totalidad de una revelación que no sucede nunca, tal es la promesa estética de los vicios y de los temas. Por eso lector, cuidáte de los vicios. También de los literarios, porque como ya todos deberían saber, la literatura si no cura, enferma.

Amuleto. Bolaño.
Escribo mientras me dure la batería. Ya tengo mi número dorado de la obra de Roberto. El tercero, es Amuleto. Los otros son Nocturno de chile, y Estrella distante. De este autor prefiero sus formatos breves, menores, en lugar de los que infelizmente le han dado tamaño a la fama, que como todos sabemos, como decía Borges, repitiendo a Baudelaire, es siempre un mal entendido. Claro que Borges y Baudelaire no lo decían con un ánimo de autoexaltación, ya que a ellos, como escritores, les tocó vivir tiempos difíciles. La fama siempre es el lugar del otro, es como el deseo bailado por Kojeve y Lacan, el lugar donde no estamos, es decir, la fama de Bolaño, al que también le tocaron tiempos difíciles, es justificada y se da por lo que me parece sus dos libros más flojos, casualmente los que han llevado más marketing: la 2666 y Los detectives salvajes. Él estaría de acuerdo con que en las largas trayectorias aparecen los defectos, que pueden ser incorporados como equivocaciones, exploraciones hegelianas hacia la verdad de un sujeto que cada vez se conoce más a sí mismo, aunque con la obra de Bolaño esa regla parece tener escasa operatividad.

Pensemos en una obra que no progresa, sino que se mueve en varios frentes. Para esta lectura, la noción “autor chileno” se vuelve irrelevante ya que uno de los rasgos que caracterizan su literatura es la construcción de escenarios donde la literatura es propuesta como una ontología, un discurso capaz de realizar un examen de sus procedimientos, proponiéndole al público una galería de personajes que se proponen como que están en un más allá de la literatura, ampliando nuestro mapa de lo literario. En este sentido, el lenguaje de “lo nacional” es en esta prosa uno de los campos de la inmanencia posible de la elocución y uno de los efectos posibles, verosímiles de la ficción ya que una de las felicidades con las que se depara el público lector, es con la parodia y la estilización de tonos de los maestros del canon literario, (en ese sentido es un autor que se rige con el paradigma clásico, de la mímesis) a los que puede citar, imitar o tergiversar ya que la imitación presupone una diferencia y puede desmarcarse de ellos constituyendo una mezcla que constituye lo que conocemos como la voz de Bolaño.


Amuleto. Todavía no he dicho nada de esta espléndida pequeña novela. Si Detectives salvajes era una suerte de viaje anacrónico hacia la historia de la vanguardia, en Amuleto, escrita a fines del 20 propone la vieja épica de la resistencia de los poetas como un pulmón que respira La ley del deseo de la escritura, la promesa de felicidad que solo la literatura (y el amor?) pueden dar. Creo que Gandolfo la refiere como un capítulo perdido de los Detectives Salvajes. Estamos obviamente frente a una tópica romántica. Eso descalifica al libro? Justo lo contrario. El tema, es solo una de las partes de la retórica. El libro puede ser una película china, donde no pasa nada, o repetirse con frases como, amanece y ya está con los ojos abiertos, y de que sirve tener los ojos abiertos para ver la muerte, lo que no se ve. El tema es solo una de las partes. Lo que resalta en este libro no es el tema sino el procedimiento, la invención y la elocución.

Es el amuleto, la cocina simbólica donde se produce el llamado de la literalidad como un proyecto de salvación identitario de una latinoamericanidad, lo que coloca a Bolaño dentro de ese linaje de moralistas (donde se encuentra con Fernando Vallejo, con Saer y con Lamborghini, entre otros) aquí ese símbolo aparece rebajado a las materias corporales de un baño, último lugar de resistencia de la moral universitaria: los caños. Se trata de un baño (no de esos que le gustaban al Conde) de señoritas, de una universidad. El escenario no es el púlpito, lugar de lo elevado, sino el lugar del cuerpo, de lo bajo. Lo bajo trabaja con la inversión. Asistimos a un discurso sobre la (historia de la) poesía desde el baño, la resistencia desde el wáter clos. Es un trabajo arriesgado donde el culo es el límite, donde el lector es llevado a conferir las arrugas en el espejo, porque como toda buena novela, la relación entre la ley y el deseo se da en el tiempo, tiempo que en este texto es problematizado, tematizado, poetizado, en una veta casi heideggeriana donde el poeta es el nuevo pastor, el que traza el camino para que los dioses vuelvan. Pero nosotros, lectores del 21 no podemos menos que sonreír frente a esta propuesta. En lugar de esa historia, que ya fue contada, pensemos que el límite extremo como espacio para la narración de una totalidad puede llevar al narrador cerca de la yacencia a la que por ejemplo, el aleph obliga, es como si solo pudiéramos para gozar o sufrir la totalidad estar sentados u horizontales. Es que el wáter y el baño, el sótano – siempre la parte de atrás en el círculo de Osvaldo – se reenvían como lugares de lo mismo , donde podemos verlo todo, hacia adelante y hacia atrás (o arriba o abajo, como gustéis). Entre Bolaño y Borges se abre un espacio de representación conjetural. La cita a Borges se repite en el texto de bolaño transformando el reenvío que va de la novela al poema de Borges, donde se desarrolla una teoría de la historia como tópica problematizada por la narradora Auxilio Courtoise apoyada en los reflejos de las baldosas del baño. La construcción de un escenario donde la historia aparece como la ruina de una imagen capturada por Benjamin en las alas del ángel que ve la acumulación de escombros sin cesar.

Auxilio es el ángel de la resistencia, y su mirada produce, entre otras cosas, afectos para una teoría de la literatura latinoamericana. Aquí es la madre de los poetas de México, que no es madre, ni mexicana, por lo tanto, no puede hacer figura con sor Juana, como nos la propone Paz o su doble en lengua de diamante, Juana de Ibarboru, cuando se vendían títulos tales como Juana de América . Aquí es una madre otra, sin hijos, uruguaya, aunque, como dice Pablo, su ethos uruguayo es modesto, colocando la identidad como un hibrido, – algo que se mueve entre – algo con lo que no se puede hacer una “literatura nacional”, la tópica aquí es mayor, es la de una identidad latinoamericana (¿una bolivariana fogosidad?). La defensa de un nosotros que resiste parece algo atípico para estos tiempos de cordialidad mercadológica, parece algo sesentoso, pero no es ese sesentosismo decimonónico que la Sommer lee en las autoindulgentes palabras de Vargas llosa y Cortázar, sobre el antes y después de la literatura del boom. Bolaño no es el post de un boom. Tal vez en lo que se le pueda señalar de anacronismo en su actitud afirmativa, la literatura como respuesta, en lugar de ser una debilidad del texto, es donde radica su fuerza.

José Luis - Professor do Departamento de Teoria Literária e Literaturas, UnB

30 de maio de 2010

II Simpósio Internacional sobre Literatura Brasileira Contemporânea


A constituição da nação moderna implica a elaboração de um “consenso”, ou de uma “comunidade imaginada”, nos termos de Benedict Anderson. A construção desse consenso – que conta com a cooperação efetiva da história literária – se dá através da exclusão e do silenciamento de tudo aquilo que causa dissonância, tudo o que sinaliza a possibilidade de conflito.
Aproveitando, então, um termo do cinema, o space-off, que segundo Teresa de Lauretis é “o espaço não visível no quadro, mas que pode ser inferido daquilo que a imagem torna visível”, nossa investigação se deterá naquilo que fica do lado de fora de um determinado enquadramento crítico – que avalia, e avaliza, a literatura brasileira a partir de seu compromisso com o processo de elaboração da identidade nacional.
Tendo em vista alguns temas caros à discussão sobre a produção contemporânea, como o surgimento de novas vozes discursivas, o descentramento de identidades, os trânsitos migratórios, as questões de gênero e as relações raciais, além dos problemas da representação e do realismo, o objetivo deste encontro é discutir outras possibilidades de recortes críticos para caracterizar o panorama literário da atualidade, redimensionando, de alguma forma, os limites do nacional e a própria definição do literário.

Coordenação: Regina Dalcastagnè e Maria Isabel Edom Pires
Organização: Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea

Datas: 20 e 21 de julho de 2010
Local: Auditório Agostinho da Silva – Departamento de Teoria Literária e Literaturas – Universidade de Brasília
Inscrições: pelo e-mail simposiounb@gmail.com Vagas: 25

PROGRAMAÇÃO:

Dia 20/7 – 8h30 às 12h

GRUPO 1
Limiares comparatistas e diásporas disciplinares: estudo de paisagens identitárias na contemporaneidade
Ricardo Araujo Barberena

Descompassos no projeto de uma literatura nacional: a narrativa contemporânea e a tradição da crítica
Anderson Luís Nunes da Mata

A paisagem além do espelho: crise de representação da nação na literatura brasileira contemporânea
Igor Ximenes Graciano

Como se faz um autor?
Luciene Azevedo

Ser uma escritora: o gênero como serialidade
Virgínia Maria Vasconcelos Leal


14h30 às 17h30

GRUPO 2
O imigrante e a experiência da ruína
José Leonardo Tonus

Ficções identitárias e pertencimentos em Vianna Moog
Stefania Chiarelli

Construções identitárias em confronto: o imigrante alemão em Salim Miguel e Charles Kiefer
Maria Isabel Edom Pires

Por um percurso singular: as narrativas possíveis de um imigrante libanês
Regina Dalcastagnè

Abrindo uma trilha ao longo da margem: a periferia anônima de Goeldi e Ruffato
Laeticia Jensen Eble

18h

Reunião de trabalho


Dia 21/7 – 8h30 às 12h

GRUPO 4

Desfazer-se do legado nacional: os modos de narrar de Bernardo Carvalho
Paulo Cesar Thomaz

A voz dissonante de José Agrippino de Paula em PanAmérica: tão somente uma alegoria nacional tropicalista?
Gislene Maria Barral Lima Felipe da Silva

Fio da meada: os tempos da ditadura militar em narrativas brasileiras da década de 1990 e de 2000
Enio Alves Vieira Filho

Opressão, idealização, e violência: o pobre no cinema brasileiro contemporâneo
Paula Diniz Lins


14h30 às 18h

GRUPO 5
A mulher contemporânea no imaginário de escritoras paranaenses
Lúcia Ozana Zolin

Comedimento e silêncio dos corpos em narrativas brasileiras contemporâneas
Edma Cristina de Góis

Uma senhora nada comportada: velhice, subjetividades e resistência em A obscena senhora D.
Ludimila Moreira Menezes

Representações da mulher em Holy Avenger: RPG made in Brasil
Cíntia Schwantes

Dissonâncias na literatura hegemônica e construção de novas identidades femininas negras
Marina Farias Rebelo

Ruídos insurgentes: as cordelistas Bastinha e Salete Maria
Bruna Paiva de Lucena

11 de maio de 2010

Os corpos impensáveis de Bellatin

Flores (2009) é um daqueles tipos de livro espinhosos de engolir, doídos de ler e por estas razões também difíceis de esquecer. É um livro conceitual, dirão alguns. É um romance desfragmentado, um experimento, dirão outros. Incertezas e polêmicas a parte, o mexicano Mario Bellatin [1960- ] parece propor uma reflexão sobre os limites da ficção e o lugar do autor na narrativa. É complicado afirmar que se trata de um livro de contos ou um romance. O índice de catalogação tenta acabar o impasse classificando-o apenas como “ficção mexicana”. Uma coisa ou outra, Flores é enxuto, extremamente imagético, além de fazer uso de outros tipos de construções textuais como o que acontece no jornalismo. Em entrevistas, Bellatin sempre repete preferir o pouco uso das palavras e, na Escuela Dinamica de Escritores, onde atua como coordenador, causa estranhamento aos alunos quando sugere ser “proibido escrever”.


Não achei referências às edições fora do Brasil, mas por aqui o livro chegou pela Cosac Naify, em uma embalagem plástica, que lembra aqueles saquinhos onde frios fatiados são vendidos no supermercado. Também não existe capa, nos padrões conhecidos, e as páginas parecem simplesmente alinhavadas. Joca Reiners Terron, que assina o prefácio da tradução em português (seria prefácio mesmo?) fala em “estufa dedicada ao cultivo de raras mutações”. Talvez daí a apresentação com o plástico de proteção.


Por essas, deve-se pensar que Flores é um livro diferente desde a sua apresentação, mas essa característica não se esgota nisso. Os textos curtos trazem personagens com vários tipos de corpos e os modos como esses sujeitos são integrados à comunidade. Como acontece em outras obras do autor, até agora 18 livros, Flores privilegia personagens mutilados, deficientes físicos, castrados e vítimas de talidomida (medicamento utilizado por grávidas e que causou má formação de fetos nos anos de 1950 e 1960. Especula-se que o próprio autor, que não possui o antebraço direito, tenha sido vítima do fármaco).
O livro põe sobre a mesa as diversidades corporais e o fascínio do homem por esses corpos impensáveis, como acontecia até personagens como Frankenstein, bem lembrado por David Le Breton em A síndrome de Frankenstein. Breton afirma que o futuro do corpo é questionado hoje tanto pelas literaturas de ficção quanto pelas científicas e que a única realidade do corpo é simbólica.

Mario Bellatin “fabrica” personagens como o de Mary Shelley, em que o sujeito causa repulsa, mas ao mesmo tempo fascínio para quem olha aquele Outro estranho e único. Em Flores, um exemplo dessa síndrome aparece na história de Alba, a Poeta, e dos gêmeos Kuhn, sem braços nem pernas. “Quando apareceram os gêmeos Kuhn, teve de lutar contra as outras mães para obter a tutela. Todas as mulheres se interessaram desmedidamente por eles. Era como se tomar conta dos gêmeos fosse a demonstração definitiva do tipo de amor maternal que buscavam preencher no orfanato” (p. 37).


Não há como ler a obra de Bellatin e não traçar um pontilhado até outras obras, não só da literatura que colocam em questão a controle e o agenciamento da vida, por meio dos corpos. Artistas como Patrícia Piccinini, cujas imagens ilustram esta resenha, denuncia com silicone e fibra o uso dos corpos para experimentos médicos e farmacêuticos, como faz, de outro modo Bellatin com seu personagem cientista Olaf Zumfelde.


Nos dois casos, os corpos causam estranhamento, mas também querem dizer algo sobre a realidade científica que vivemos. O que está também posto são os problemas éticos que devem ser levados para o interior da medicina. Os lapsos terapêuticos centrados no corpo, na doença, na deformidade, e não no indivíduo propriamente.


Em Bellatin, há o agravante do próprio autor se comportar em vida como personagem. Sem o antebraço direito, Mario usa próteses variadas, que tanto podem ser uma flor metálica quanto um gancho, a depender do humor do artista naquele dia. Como em um de seus micro-textos, ele também usa próteses “artísticas” e com o artista plástico Aldo Chaparro, faz disso um negócio, produzindo próteses mais funcionais, que podem até acoplar um i-pod.


Mario Bellatin tem uma biografia esquisitíssima e que valeria um texto a parte, mas para falar de Flores me limito a dizer que o livro remete à discussão sobre a “ilusão biográfica”, efetuada por Pierre Bourdieu, ao sugerir a colocação de elementos da biografia do mexicano na obra. Isso acontece também por meio do personagem batizado com seu próprio nome. Sem falar, do personagem escritor que visita a quase totalidade de capítulos (ou contos, como preferir). Além do localizar-se em si, chama a atenção o tema pelo qual o faz – a diversidade corporal.


Mas não pensem que a diversidade involuntária é tudo. As pouco menos de 80 páginas de Flores também falam de anciões, de orgias sexuais, do papel (e do questionamento) das religiões com suas verdades e seus credos. Tudo numa mistura só, mas bem orquestrada pelo autor, pelo que podemos ver ao longo da narrativa.


Se nenhuma das considerações aqui colocadas fizerem parte dos planos do autor, proponho uma última hipótese para Bellatin – de que ele quer apenas forjar o modo como se fez literatura e como se faz na contemporaneidade. Se ideia for essa, ainda assim Mario Bellatin nos dá muito o que falar e não é pouco.


Edma Cristina de Góis, doutoranda em Literatura/UnB


Foto do escritor Mario Bellatin. Esculturas e fotografias de Patrícia Piccinini.


2 de maio de 2010

O que ainda poderia ser dito



Como alguém pode achar que uma experiência forte, como a de um relacionamento sexual-amoroso, não modifica seus participantes diretos e não afasta deles os que dele são excluídos.


Elvira Vigna, Nada a dizer


É na quebra do vínculo de confiança, aparentemente forte, que se acomoda a dor da mulher traída, narradora de Nada a dizer, de Elvira Vigna. O romance, publicado neste ano pela Companhia das Letras, traz uma história banal, sob as lentes de uma personagem feminina, que abandona sua, até então, “zona de conforto” quando descobre a traição do marido. Ela é quem narra, a partir desse episódio, a busca de uma mulher por sua própria identidade.


A narradora sem nome e o marido Paulo viveram as rupturas comportamentais e a efervescência dos anos de 1960, tiveram filhos, mudaram de casa e de cidade algumas vezes e, na percepção da mulher, construíram um outro e novo padrão de relacionamento conjugal. Mãe na adolescência, ainda solteira, tolerante com pequenas escapulidas dentro do casamento, adepta de uma concepção alternativa dos papéis de gênero na estrutura familiar, essa mulher simplesmente desmorona ao descobrir o caso extraconjugal do marido com N., vinte anos mais nova, também casada e com dois filhos. Em resumo, apesar de toda a filosofia em voga nos anos 60, incluindo a onda feminista, ela termina se comportando como qualquer mulher traída se comportaria. Com um agravante de que ela conhece N.


Nada a dizer, que titula a obra, poderia ser uma frase proferida pelo marido, em algum dos questionamentos da esposa quando o coloca na parede – bem no tom policial de quem não assume a culpa pelo ato “criminoso”. Nada a dizer também poderia ser o que a mulher supõe ser a única resposta do marido, afinal, Paulo poderia dizer alguma coisa diante das evidências? Dos emails trocados com N. e descobertos pela esposa no Outlook, das desculpas esfarrapadas para os horários e viagens?


Elvira Vigna faz o melhor retrato do que acontece nos dias de hoje, em que crises conjugais são escancaradas na internet. Depois de ficar com uma pulga atrás da orelha, ao encontrar um email suspeito de N. para o marido, ela passa a fuçar pistas do caso extraconjugal no celular de Paulo, em outros emails e até no blog de N.


A traição é uma feridinha que teima em não sarar e a todo momento a narradora a machuca sem querer, o que torna mais difícil a cicatrização. No entanto, é nesse mesmo espaço de dor, o fundo do poço, como se diz na vida fora da literatura, que ela tenta ganhar impulso e subir novamente, para, quem sabe, sair do fosso cheia de arranhões, mas inteira.


Vigna parece dar continuidade aos questionamentos dos livros anteriores, em que a ordem das coisas, dos gêneros, da composição da sociedade tal e qual conhecemos, é colocada em xeque. Como em Coisas que os homens não entendem e Deixei ele lá e vim, a autora está interessada nas identidades, que tanto podem ser voláteis quanto estão em permanente construção, como sentencia Stuart Hall. Não há, obviamente, uma troca de identidade, mas acúmulos cujo produto, quando somados, não se sabe ao certo no que dará. Talvez por isso a narradora se torce e contorce dentro da história, para não ser, de repente, reduzida à identidade de mulher traída. Lucidamente, ela percebe que não é só isso. A traição é apenas uma das cascas da cebola, a mais visível porque chegou por último, acobertando todo o resto e todo o resto é simplesmente a vida.
Como ela poderia esquecer uma vida construída ao lado de Paulo, a dedicação ao marido e aos filhos, a troca de afeto e de intelecto? A narradora definitivamente não é apenas a mulher traída, muito embora, em um estado de choque, a visão turva não deixe ver as coisas como elas são. “Não existente, me multiplicava por mil, milhões. Em cada uma dessas histórias em que eu estava, estava também um pedaço da minha dor – e da minha acusação. Eu colava em mim, ou melhor, na minha casca vazia, essas dores e essas acusações que escutava, em eco, da cultura, dos veículos de massa. Aliás, era o contrário: eu, ao colar meu eu em cada uma dessas dores e acusações, buscava, em pequenos detalhes que apareciam na tela, um eu que escapasse, que renascesse desse nada genérico em que eu morria” (p. 107)


As dores se acumulam quando ela percebe que nem mesmo seu espírito libertário, cultivado desde a adolescência, a fizera ter um comportamento diferente das outras mulheres diante da traição. O que é alternativo é o modo como ela disseca o acontecimento e a dor, resignificando inclusive posturas cristalizadas há décadas. “Eu continuava estereotipada. Mas mudava o acervo de meus modelos pré-fabricados” (p. 118).


Ao tratar das instabilidades identitárias, a autora termina por apresentar também um panorama dos relacionamentos na contemporaneidade, mostrando que não há qualidades fixas nos sujeitos. Mais do que acontecimentos, a narrativa traz as reflexões da narradora, numa tentativa de refazer o passado para entendê-lo, ou na melhor das hipóteses, para resignar-se. É essa mulher quem conta como se deu o envolvimento de Paulo com N., com descrições precisas de idas rápidas ao motel e encontros sorrateiros. Em determinada passagem, ela justifica que foi Paulo quem lhe contou, mas é possível pensar que parte do que é narrado seria a interpretação do relato do marido e o restante o seu “achismo” sobre o que aconteceu. Nesse ponto, de pensar como as coisas aconteceram, a narradora pode pintar os eventos com as suas cores; o sexo sem graça dos amantes, a descrição das roupas e da maquiagem de N., “inacreditáveis e justos vestidos estampados que fazem ficar parecendo uma arara tropical” (p. 147).


Se alguém ainda duvida da vida como literatura, Nada a dizer está aí mostrando que, infinitamente melhor do que livros e palestras de auto-ajuda com exemplos genéricos, a boa literatura traz personagens vivíssimos. Talvez tão vivos que não soaria estranho ouvir alguém perguntar se tudo exposto é realmente ficção ou autobiografia da autora. Pode-se até entender, mesmo sem concordar. O pacto de realismo da narradora com o leitor, que sofre junto a dor da traição, é sinal de que a literatura contemporânea não consegue se omitir das questões do sujeito do tempo presente, e nisso está um dos seus maiores trunfos.

Edma Cristina de Góis, doutoranda em Literatura, UnB.


20 de março de 2010

II Jornada de Gênero e Literatura


Vinculada ao conjunto de representações presentes na sociedade, a literatura não pode prescindir de discutir as questões de gênero, não apenas a presença/ausência de mulheres nos cânones literários, mas também a construção de um campo que permita criticar as hierarquias entre diferentes formas de identidade. A II Jornada de Gênero e Literatura lançará diversos olhares sobre as relações entre gênero e literatura, especialmente a brasileira, a partir de conferências e comunicações de pesquisadoras/es da área. Serão dois dias de debates a respeito dos limites e fronteiras desse campo, como a crítica feminista, a diversidade sexual, as relações com o corpo, a escrita, as publicações, a educação.

Datas: 8 e 9 de abril de 2010
Local: Universidade de Brasília
Vagas: 50
Inscrições: no Departamento de Teoria Literária e Literaturas ou pelo e-mail jornadagenero2unb@gmail.com
Organização: Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea
Coordenação: Cíntia Schwantes, Regina Dalcastagnè, Edma Cristina de Góis

PROGRAMAÇÃO

Dia 8/4 - Auditório da Reitoria
Conferência de abertura – 8h30

Sandra Regina Goulart de Almeida - Gênero, literatura e crítica literária: enfoques contemporâneos
Mediadora: Regina Dalcastagnè

Mesa 1 – 10h às 12h - Auditório da Reitoria
Cristina Stevens – Publicar é um ato político

Virgínia Maria Vasconcelos Leal – O gênero em construção nos romances de cinco escritoras brasileiras contemporâneas

Edma Cristina de Góis – Impalpável ou real: representação e gênero na narrativa literária

Bruna Paiva de Lucena – O que ficou de fora: mulheres cordelistas na historiografia do cordel

Mediadora: Maria Isabel Edom Pires


Mesa 2 – 14h30 às 17h - Auditório da Reitoria
Cíntia Schwantes – Narrativas de formação: um enfoque de gênero

Vania Maria Ferreira Vasconcelos – Rosário de mulher: a maternidade na obra de Conceição Evaristo

Gislene Maria Barral Lima Felipe da Silva – Loucura feminina e criação: uma poética da alteridade no falatório de Stela do Patrocínio

Leda Cláudia da Silva – As vontades de Raquel: representação feminina na obra de Lygia Bojunga

Mediadora: Susana Moreira de Lima


19h Carpe Diem (104 Sul)
Lançamento do livro Deslocamentos de gênero na narrativa brasileira contemporânea, organizado por Regina Dalcastagnè e Virgínia Maria Vasconcelos Leal


Dia 9/4 - Auditório Agostinho Silva (TEL)
Mesa 3 – 9h às 11h30
Paulo Thomaz – O travestismo como artíficio: simulação, metamorfose e representação em “La guerra de los putos”, de Copi

Adelaide Calhman de Miranda – Nas amarras da matriz: a falência do contrato heterossexual em Os obedientes, de Clarice Lispector e Os sobreviventes, de Caio Fernando Abreu

Mariana de Moura Coelho – Entre identidades: duas experiências homoeróticas em Pela noite de Caio Fernando Abreu

Maria da Glória de Castro Azevedo – O discurso narrativo lesbiano e a matriz heteronarrativa

Mediadora: Virgínia Maria Vasconcelos Leal

Mesa 4 – 14h às 16h30 - Salão de Atos da Reitoria
Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne – Auto-representação na obra da escritora medieval Christine de Pizan

Ludimila Moreira Menezes – Pagu e a escrita de si

Adriana Mattoso Rodrigues – Silêncios e gritos, corpos e sexualidade: filhas e mães em Lygia Fagundes Telles

Susana Moreira de Lima – O corpo interditado: a sexualidade de uma mulher velha em Lygia Fagundes Telles

Mediador: Anderson Luís Nunes da Mata

Conferência de encerramento – 17h - Salão de Atos da Reitoria
Rita Terezinha Schmidt – Gênero e educação: articulando o papel dos estudos de literatura
Mediadora: Cíntia Schwantes


12 de março de 2010

1º Colóquio Internacional sobre Poéticas da Oralidade – Cordel: uma tradição que se refaz


O Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, da Universidade de Brasília, tem o prazer de convidar a tod@s para participar do 1º Colóquio Internacional sobre Poéticas da Oralidade - Cordel: uma tradição que se refaz, que ocorrerá nos dias 24, 25 e 26 de março de 2010, na UnB.

Para realizar sua inscrição, contate-nos pelo email coloquiocordel@gmail.com ou dirija-se ao Departamento de Teoria Literária e Literaturas – UnB.

Proposta
O que se entende por literatura é muitas vezes pautado apenas pela tradição literária escrita, ou seja, o livro, o que limita o acesso às demais linguagens e suportes que a literatura pode possuir. Para além da desvalorização da oralidade no contexto da literatura, ainda há a desqualificação de poéticas ditas populares, como é o caso da literatura de cordel.

O 1º Colóquio Internacional sobre Poéticas da Oralidade se coloca na contramão destas percepções. Reunindo alguns dos(as) mais importantes pesquisadores(as) de diferentes instituições do Brasil e do exterior, o colóquio pretende expandir a compreensão do fenômeno literário para além do livro impresso, refletindo, também, sobre a sua função social.

Serão três dias de conferências e debates sobre o estatuto literário do cordel, envolvendo a discussão sobre os novos paradigmas de estudo dessa manifestação artística, bem como sobre os deslocamentos de uma tradição que vem se apropriando de diferentes suportes de publicação para perpetuar-se.


PROGRAMAÇÃO

24/3
Local: Auditório da Reitoria
14h30 - Conferência de abertura

Tradições que se refazem
Ria Lemaire (Universidade de Poitiers – França)
Mediação: Bruna Paiva de Lucena (UnB)


25/3
Local: Auditório da Biblioteca Central
9h às 12h – Mesa redonda
Cantorias e repentes

Francisca Pereira dos Santos (UFC- Cariri)
“Cantadoras-repentistas do século XIX: a construção do território feminino na cantoria e no repente”

Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne (UnB)
“Gênero em ‘desafio’: das trovadoras provençais às repentistas nordestinas”

João Miguel Sautchuk (UnB)
“A poética cantada: investigação das habilidades do repentista nordestino”

Andrea Betânia da Silva (UFBA)
“Os festivais e a rota da oralidade: uma tradição que se refaz”

Mediação: Robson Coelho Tinoco (UnB)

Local: Auditório da Biblioteca Central
14h30 às 18h – Mesa redonda
Cordel em diferentes suportes e linguagens

Bruna Paiva de Lucena (UnB)
“A Coleção Biblioteca de Cordel, ou o cordel vestido de livro”

Sylvie Debs (Adida de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França em Belo Horizonte/ Universidade de Strasbourg – França)
“O poder de denuncia do Cordel no Cinema: O romance do vaqueiro voador de João Bosco Bezerra Bonfim e Manfredo Caldas”

Jeová Franklin
"Sobre a xilogravura popular nordestina"

Luciany Aparecida Alves Santos (UFPB)
“Migração nordestina e literatura de cordel: deslocamentos e construções identitárias”

Mediação: Paulo Thomaz (UnB)


26/3
Local: Auditório da Biblioteca Central
9h às 12h – Mesa redonda
Cordelistas e editores

Joseilda de Sousa Diniz (Universidade de Poitiers – França/Archivos de Poitiers – CRLA)
“Re-criar o espaço de voz do poeta: a memória entre dois mundos”

Maurílio Antonio Dias (UFBA)
“A emergência de um sistema dualista”

Vilma Mota Quintela
“A edição popular no Brasil: o caso da literatura de cordel”

Rosilene Melo (UFPB)
“No início era o verso e o verso se fez carne: considerações sobre linguagem, corpos e poéticas no cordel”

Mediação: Susana Moreira de Lima (SE-DF - EAPE)

Local: Auditório da Biblioteca Central
14h30 às 18h – Mesa redonda
Cordel e análise do discurso

Simone Mendes (UFMG)
“A morte em forma de poesia: comoção, indignação e reivindicação em cordéis midiatizados”

Cláudia Rejanne Pinheiro Grangeiro (URCA-CE / Grupo de Estudos em Análise do Discurso)
“Movimento dos cordelistas mauditos: antropofagia e redicção”

João Bosco Bezerra Bonfim (UnB)
“O gênero do cordel sob a perspectiva da análise de discurso e da linguística sistêmico-funcional”

Mediação: Maria Isabel Edom Pires (UnB)

Outras atividades:

Exposição de cordéis e xilogravuras do acervo de Jeová Franklin

de 24 a 26 de março, no térreo da Biblioteca Central – UnB.

Minicurso “Desconstruir nacionalismos/resgatar identidades regionais”, com a Professora Dra. Ria Lemaire (Universidade de Poitiers – França)
de 22 a 24 de março, das 9h às 12h, no Departamento de Teoria Literária e Literaturas - UnB

Apresentação e debate do filme “O romance do vaqueiro voador”, com a presença do diretor Manfredo Caldas e de João Bosco Bezerra Bonfim, autor do cordel que inspirou o filme
25 de março, às 19h, Auditório do TEL, UnB.

Serviço:

24 a 26 de março de 2010.
Abertura: Dia 24, às 15h, no Auditório da Reitoria – UnB.
Mesas Redondas: Das 9h às 12h e das 14h30 às 18h, no Auditório da Biblioteca Central – UnB.
Inscrições: no Departamento de Teoria Literária e Literaturas da UnB ou pelo e-mail coloquiocordel@gmail.com
Mais informações: http://gelbcunb.blogspot.com/
Coordenação: Regina Dalcastagnè e Bruna Paiva de Lucena
Organização: Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea
Apoio: Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF)

8 de março de 2010

Curso de Extensão - Desconstruir nacionalismos, resgatar identidades regionais

Estão abertas as inscrições para o curso de extensão Descontruir nacionalismos - resgatar identidades regionais, com a Professora Doutora Ria Lemaire (Universidade de Poitiers - França), promovido pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (Gelbc). Os encontros acontecerão de 22 a 24 de março de 2010, das 9h às 12h, no auditório Agostinho Silva, do Departamento de Teoria Literária e Literaturas, da Universidade de Brasília.

Ementa do curso:
As práticas científicas dos estudos das literaturas nacionais concentraram-se em torno da procura das origens das obras, da valoração do seu autor, do estabelecimento do texto definitivo e da significação única, verdadeira, da obra; tudo voltado para o que era considerado o momento consagrado e supremo: o juízo de valor, a inserção da obra no cânone da grande literatura nacional e do autor na genealogia/história dela.

Conceitos, métodos, práticas e teorias da pesquisa – elaborados a partir de um posicionamento inicial de superioridade – fundavam-se num pressuposto inabalável: o da sua aplicabilidade e validade para qualquer texto, de qualquer período histórico, de qualquer camada social, região ou país do vasto mundo, repetindo com inúmeras variantes uma convicção inquestionável: a de que essas pesquisas resultavam em "verdades" a serem acreditadas como universais, eternas e objetivas.

Foi assim que os preconceitos seculares, fundadores do mundo europeu burguês e cristão, e sobre os quais tinham sido baseadas as estratégias políticas da marginalização e persecução dos "outros", (tanto os de dentro quanto os de fora) se tornaram, dentro do processo da fundação das cátedras dos estudos de História nacional e de Letras, os pressupostos das novas disciplinas científicas.

Este seminário terá como objetivo re-pensar o discurso convencional das disciplinas e do ensino de Letras como produto e suporte dos nacionalismos europeus, mais tarde também latino-americanos, e as consequências que tiveram essas políticas para as culturas locais e regionais.
Estudaremos vozes, obras, autores e culturas de vários períodos que foram capitais no processo da formação dos estados europeus, mostrando como, tanto a tradição interpretativa das obras e culturas, como o discurso teórico e historiográfico construído em cima dessas leituras/interpretações, foram modeladas e até mutiladas pelos interesses políticos da sua época.

Para participar, os interessados devem entrar fazer suas inscrições no Departamenteo de Teoria Literária e Literaturas (TEL-UnB), ou pelo email cursoliteraturaunb@gmail.com. O curso é gratuito e com direito a certificados para os 40 participantes inscritos.

Serviço:
Atividade de extensão (9h)
Curso de Extensão: Desconstruir nacionalismos - resgatar identidades regionais, com a Profa. Dra. Ria Lemaire (Universidade de Poitiers - França)
Local: Auditório Agostinho Silva, do Departamento de Teoria Literária e Literaturas (TEL) da UnB
Datas: de 22 a 24 de março de 2010
Horário: das 9h às 12h
Inscrições: no TEL, ou pelo e-mail cursoliteraturaunb@gmail.com
Organização: Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea

2 de março de 2010

Chamada para artigos - Revista 36

CALL FOR PAPERS
Revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea

Dossiê:
Literatura e outras linguagens

A revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea está recebendo artigos e resenhas para a edição de dezembro de 2010. Publicada pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília, a revista tem o compromisso de fomentar o debate crítico sobre a literatura contemporânea produzida no Brasil, em suas diferentes manifestações, a partir dos mais diversos enfoques teóricos e metodológicos, com abertura para o diálogo com outras literaturas, em especial da América Latina.

O número 36 trará um dossiê sobre o tema “literatura e outras linguagens”.

Serão avaliados tanto artigos que consistam em análises das relações entre a literatura e outras linguagens (a música, as artes plásticas, o cinema, o teatro, a internet, a TV, as HQs etc.) bem como textos teóricos e discussão de dados que reflitam sobre essa produção.

A revista conta também com uma seção de tema livre, onde são publicados artigos de diversas abordagens sobre a literatura brasileira contemporânea. Há ainda espaço para resenhas de obras de ficção, poesia, crítica literária e teoria literária publicadas nos últimos 24 meses.

O prazo final para o envio de artigos e resenhas é 30 de julho de 2010.

Normas para publicação:
Os artigos devem ser encaminhados em arquivo formato DOC ou RTF, em Times New Roman, fonte 12, espaço 1,5. As informações bibliográficas devem ser dadas, de modo reduzido (nome do autor, título do livro e número da página), em notas de rodapé. A bibliografia completa deve constar no final do texto, obedecendo às normas da ABNT. É necessário incluir um resumo, um abstract, três ou quatro palavras-chave e algumas linhas com os dados do autor, incluindo um e-mail que possa ser divulgado e o endereço postal para onde deverão ser encaminhados três exemplares da revista, caso o texto venha a ser publicado.

As resenhas, sobre literatura ou textos teóricos, não devem exceder cinco páginas. Não há número fixo de páginas para os artigos.

Os trabalhos não solicitados serão encaminhados a pareceristas, mantido o anonimato mútuo.

Os artigos e resenhas devem ser enviados para: estudos@unb.br

Grupo de leitura: narrativas brasileiras e hispanoamericanas recentes

Estão abertas as inscrições para a atividade de extensão Grupo de leitura: narrativas brasileiras e hispanoamericanas recentes, promovida pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (Gelbc). Os encontros acontecerão quinzenalmente, sempre às sextas-feiras, de 19 de março a 18 de junho de 2010, no auditório Agostinho Silva, do Departamento de Teoria Literária e Literaturas, da Universidade de Brasília.

Serão seis encontros, em que serão expostas, analisadas e discutidas obras da literatura brasileira e hispanoamericanas recentes. Serão analisados os elementos constitutivos das obras e debatido sobre a inserção dessas narrativas no contexto literário e crítico latino-americano atual. Para isso, será feito um levantamento de aspectos relacionados à representação de sujeitos marginalizados da dinâmica social presente.

Para participar, os interessados devem entrar em contato com a coordenação do evento pelo email grupodeleituraunb@gmail.com. O curso é gratuito e com direito a certificados para os 30 participantes inscritos.


Serviço:

Atividade de extensão (12h)
Grupo de leitura: narrativas brasileiras e hispanoamericanas recentes
Local: Auditório Agostinho Silva, do Departamento de Teoria Literária e Literaturas da UnB
Datas: de 19 de março a 18 de junho de 2010
Horário: das 15h às 17h, sempre às sextas-feiras
Inscrições: pelo e-mail grupodeleituraunb@gmail.com
Organização: Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea
Coordenação: Paulo César Thomaz e Susana Moreira de Lima


Programação

19/3/10 - Amuleto, de Roberto Bolaño. Companhia das Letras, 2008.
16/4/10 - Nada a dizer, de Elvira Vigna. Companhia das Letras, 2010.
30/4/10 - Flores, de Mario Bellatin. Cosac Naify, 2009.
14/5/10 - Algum lugar, de Paloma Vidal. Sete Letras, 2009.
28/5/10 - Pele e osso, de Luis Gusman. Iluminuras, 2009.
18/6/10 - Sinuca embaixo d’água, de Carol Bensimon. Companhia das Letras, 2009.